DSDM: Desvendando o Guia Essencial para Projetos Ágeis no Mundo Real

O que é Gestão Híbrida de Projetos. (Artigo 2/4).

GESTÃO HIBRIDA DE PROJETOS

Prof.Jean Ribeiro

6/25/20254 min read

Introdução

Quer entender o DSDM? Descubra como essa estrutura robusta ajuda projetos a entregar resultados rápidos e eficazes, unindo flexibilidade com governança em ambientes corporativos.

I. DSDM: Um Pilar para Projetos Ágeis que Dão Certo

No mundo dos projetos, onde a agilidade é cada vez mais a palavra de ordem, é comum ouvir falar de metodologias que prometem rapidez e flexibilidade. Mas e se eu te disser que existe uma estrutura que faz isso há décadas, com uma maturidade e robustez que a destacam? Estamos falando do DSDM – uma sigla que talvez não seja tão conhecida por quem está começando, mas que é um verdadeiro gigante para quem busca gerenciar e entregar projetos ágeis de forma eficaz.

Ele é mais do que um conjunto de ideias; é uma estrutura testada e comprovada, que ajuda a entregar resultados de forma rápida e eficiente. Ao longo dos anos, o DSDM se provou útil em uma variedade imensa de projetos, desde o desenvolvimento de pequenos softwares até mudanças enormes em processos de negócio. O grande diferencial do DSDM é que, mesmo sendo super ágil, ele sempre teve um foco muito forte no ambiente corporativo, oferecendo uma abordagem "adulta" e madura para a agilidade no complexo mundo das empresas. Vamos mergulhar no que ele oferece?

II. A História e a Evolução de um Gigante Ágil

A história do DSDM é bem interessante e remonta a 1994. Ele não nasceu do trabalho de uma única pessoa, mas da união de um monte de profissionais de projeto de várias empresas. A ideia deles era simples: como garantir mais qualidade nos processos de Desenvolvimento Rápido de Aplicações (RAD), especialmente para soluções de computador focadas em negócios?

Essa colaboração inicial deu origem ao Consórcio DSDM, uma organização sem fins lucrativos criada para cuidar, compartilhar e evoluir o conhecimento sobre o DSDM. No começo, o acesso era mais restrito aos membros, mas em 2007, em um movimento super generoso e com total apoio de suas empresas parceiras, o Consórcio DSDM tornou todo o seu material disponível para visualização e uso gratuitos. Isso abriu as portas para que mais e mais empresas pudessem se beneficiar dessa metodologia.

Hoje, o DSDM é conhecido como DSDM Agile Project Framework, uma evolução da sua versão anterior, o DSDM Atern®. Ele reúne todo o conhecimento essencial para que qualquer pessoa envolvida em um projeto DSDM possa utilizá-lo de forma eficaz e entender como ele funciona na prática.

III. Os Pilares que Sustentam o DSDM

O DSDM Agile Project Framework mantém uma série de características que o tornam ideal para o ambiente corporativo, com um rico conjunto de papéis e responsabilidades, além de práticas ágeis robustas que ajudam a manter o controle do projeto. No nível de execução, o processo foi simplificado para refletir as tendências atuais no desenvolvimento de soluções que evoluem. Uma mudança significativa foi a otimização dos produtos ou entregas, buscando manter a documentação mais enxuta, pontual e valiosa, alinhada à filosofia ágil.

Um dos conceitos centrais do DSDM é o que eles chamam de "Enough Design Up Front" (EDUF), ou "Design Suficiente no Início". Isso é um divisor de águas! Em vez de tentar planejar tudo nos mínimos detalhes desde o começo – o famoso "Big Design Up Front" (BDUF), que muitas vezes gera um plano inflexível e desatualizado antes mesmo do projeto começar –, o DSDM sugere que você faça um planejamento inicial que seja apenas o suficiente.

Essa fase de "Fundamentos" em um projeto DSDM é bem diferente das etapas de análise e projeto de uma abordagem mais tradicional. Nela, você analisa e projeta toda a amplitude do projeto, mas sem se aprofundar demais nos detalhes. Isso garante agilidade no desenvolvimento, pois evita tanto o excesso de planejamento quanto o perigo de não ter design nenhum ("No Design Up Front", NDUF), que é algo que preocupa muito as empresas maiores e mais reguladas.

IV. Flexibilidade e Colaboração: A Capacidade do DSDM de se Integrar

Uma das grandes forças do DSDM é sua capacidade de se adaptar e complementar outras disciplinas e abordagens. Quando necessário, o DSDM pode ser ajustado para funcionar perfeitamente com outras metodologias de gerenciamento de projetos, como o PRINCE2 ou o PMI, evitando conflitos ou duplicação de esforços.

E o que é muito interessante, ele foi desenhado para também complementar abordagens ágeis de entrega de produtos. Por exemplo, um manual do DSDM mostra como ele pode tornar o uso de outras estruturas de entrega de produtos – como o Scrum, muito popular – mais fácil, mais eficaz e mais acessível para as partes interessadas em projetos e organizações maiores ou mais complexas que já usam o Scrum para suas entregas. Isso significa que o DSDM não compete, mas se encaixa para fortalecer o que já existe.

O DSDM também possui uma série de elementos básicos que são explicados detalhadamente em seus manuais. São eles:
  • A Filosofia e os Fundamentos: O coração do DSDM, explicando seu modo de pensar.

  • Os Princípios: As regras de ouro que guiam o trabalho.

  • O Processo: Como o projeto deve fluir, desde o início até o fim.

  • As Funções e Responsabilidades: Quem faz o quê no projeto.

  • Os Produtos: O que é entregue em cada fase do projeto.

  • As Práticas Chave: Um conjunto de técnicas essenciais, como:

    • Oficinas: Reuniões colaborativas para agilizar decisões.

    • Priorização MoSCoW: Uma forma de classificar requisitos em Must have (tem que ter), Should have (deveria ter), Could have (poderia ter) e Won't have (não terá agora).

    • Desenvolvimento Iterativo: Construir e refinar em ciclos.

    • Modelagem: Criar representações para entender melhor o problema.

    • Timeboxing: Alocar um tempo fixo para uma atividade ou um conjunto de atividades.

Além disso, o DSDM se aprofunda em temas como "Pessoas, Equipes e Interações", "Requisitos e Histórias de Usuários", "Planejamento e Controle" e até em como adaptar o próprio DSDM a diferentes circunstâncias.

V. Conclusão: DSDM, Uma Opção Madura para o Sucesso Ágil

O DSDM se estabeleceu como uma estrutura robusta e flexível para o gerenciamento de projetos ágeis. Sua origem colaborativa, sua evolução contínua e seu foco em ambientes corporativos demonstram sua capacidade de entregar resultados em cenários complexos.

Ao combinar a leveza necessária para a agilidade com uma governança inteligente, o DSDM oferece uma maneira de iniciar projetos com o "design suficiente", integrar-se a outras disciplinas de gerenciamento e complementar as abordagens de entrega de produtos existentes. Se você busca uma metodologia ágil que realmente funcione e se adapte às suas necessidades, o DSDM é, sem dúvida, uma opção madura e poderosa a ser considerada.